7 dicas para te ajudar com o pet em casa

Por Claudine Botelho e Thiago Pasqua, professores do curso de Medicina Veterinária do Unilavras

 

Com o isolamento social, muitos pets têm sofrido com as mudanças na rotina dos tutores. Antes, muitos deles ficavam em casa sozinhos, ou saíam para passeios algumas vezes no dia. Os animais podem desenvolver distúrbios em decorrência do estresse e ansiedade, como latidos e miados excessivos, agressividade com quem está por perto, inclusive com as pessoas da casa. Eles podem destruir móveis ou utensílios domésticos, escavar buracos no quintal, defecar e urinar em locais inapropriados. Para tentar minimizar essa situação, e ajudar os tutores, preparamos algumas dicas de como cuidar do seu pet neste período. Veja abaixo.

 

1 – Separe um local da casa para que os animais façam suas necessidades fisiológicas

Muitos cães não conseguem fazer suas necessidades fisiológicas dentro de casa, necessitando do passeio. Caso você esteja em isolamento social e não possa sair para o passeio, reserve um local dentro de casa para isso. Ele deve ser isolado e distante da área onde fica a comida e de onde o animal dorme. Dê preferência para o quintal ou varanda, caso sua casa tenha estes espaços.

A dica é colocar materiais que estimulem o cão a utilizar aquela área para urinar ou defecar, como jornais e tapetes higiênicos. Outra forma de auxiliar nesse processo é colocar a coleira, como se fosse passear, e levar o cão até o local, principalmente naqueles horários que ele estava acostumado a passear.

Se o cão já tenha eliminado as fazes ou urina no local indesejado, utilize palavras que expressem negação e autonomia, como “não”. E quando ele fizer suas necessidades no local correto, compense seu pet com petiscos e palavras de elogio.

 

2 – Substitua o passeio por atividades que ajudem o animal a gastar energia

A recomendação do CFMV é que as saídas ao ar livre sejam curtas e objetivas, apenas para atender às necessidades fisiológicas dos animais e buscando sempre os lugares menos aglomerados e os horários mais tranquilos. Caso você não possa sair, tente estabelecer atividades que possam diminuir o estresse e a ansiedade decorrentes da falta, ou redução, dos passeios.

As brincadeiras com o animal são uma forma saudável de ampliar o bem-estar. Algumas atividades, como brincar de pegar bolinha; esconder petiscos pela casa para que eles procurem; mudar os móveis de lugar, são algumas opções. Você pode utilizar materiais que possam colocar alimento dentro para que aos poucos sejam eliminados, como garrafas de plástico, por exemplo. Tudo isso estimula o comportamento exploratório.

 

3 – Se você possui gatos, essa dica é para você

No caso dos gatos, a mudança na rotina da casa é um fator estressante, que pode até desenvolver doenças. Os gatos, além de predadores, dependendo do ambiente em que se encontram, tornam-se presas e, por isso, sentem medo e ansiedade. Dessa maneira, necessitam sentir-se seguros no local onde vivem. Qualquer mudança pode ser interpretada por eles como suspeita, já que é algo novo que não conhecem.

No isolamento, os felinos sofrem principalmente com a presença constante das pessoas na casa, ou seja, uma mudança de rotina. Separe alguns lugares para que eles possam se esconder e relaxar, como caixas de papelão, tocas e locais altos. Além disso, estimular o comportamento de caça, utilizando brinquedos, como ratinhos, bolinhas de papel ou cordas, é importante para diminuir o estresse. Com isso, você vai aumentar a interação e promover uma atividade física que previne o desenvolvimento da obesidade.

 

4 – Tenha cuidado e supervisione as brincadeiras do seu pet

É importante ressaltar que toda brincadeira deve ser supervisionada para evitar acidentes, como traumas ou ingestão de peças pequenas. Além disso, utilize objetos adequados para promover as atividades e nunca as mãos ou pés, o que pode estimular o comportamento agressivo, tipo “lutas”. Evite, também, usar objetos pessoais, como sapatos ou meias, já que os animais não são capazes de diferenciar se é um sapato velho, ou novo, e entende que pode brincar com ele, podendo até estragar o objeto.

 

5 – Lembre-se que após a quarentena seu pet pode ficar carente

Tenha consciência que após a pandemia, você vai retornar às suas atividades fora de casa. Seu pet vai ficar sozinho e ele pode desenvolver a síndrome de separação, principalmente os cães. Isso pode ser prevenido com atitudes como fechar as portas do quarto, deixando o animal sozinho em outro cômodo. Assim, vocês não vão passar o tempo todo juntos. Ao sair de casa para alguma tarefa essencial, evite expressões como “volto logo”. A mesma coisa deve ser feita ao retornar: tente ignorar os comportamentos eufóricos do cão.

 

6 – Não deixe seu gato ter contato com a rua

Os gatos devem permanecer em casa, não só neste momento de isolamento social, mas em qualquer situação, devido aos riscos que eles correm ao sair de casa. Estimule o comportamento exploratório permitindo que eles tenham acesso visual ao ambiente externo, como varanda e quintal, mas sempre de forma segura, utilizando telas protetoras, por exemplo. Invista em objetos ou espaços para o gato demarcar o território com arranhaduras. Os esconderijos e locais altos, também são importantes.

Outra maneira de promover tranquilidade e o bem-estar felino é a utilização de feromônios sintéticos, principalmente na forma de difusor. A capacidade olfativa também pode ser estimulada por meio da utilização de plantas, como a cat nip. Entretanto, alguns podem tornar-se mais agitados, ou não apresentarem resposta.

 

7 – Nossos pets não transmitem a Covid-19 e são ótimas companhias!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, até o momento, não há evidência de que os animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus efetivamente para os seres humanos. Entretanto, eles podem trazer o vírus para dentro de casa por meio das patas ou pelos, assim como qualquer objeto inanimado. Por isso, é importante manter a higiene dos animais, principalmente após os passeios. Ao retornar, as patas devem ser lavadas com água e xampu de uso próprio para cães e gatos.

A recomendação é que pessoas infectadas evitem o contato com seus pets e façam quarentena de convivência com eles. Caso tenha condições, peça ajuda a uma pessoa para os cuidados e necessidades deles. Mas, se você não apresenta os sintomas da doença, não deixe de interagir com seu animal, muito menos o abandone. O bem-estar que eles nos proporcionam neste momento é fundamental para nossa qualidade de vida. A relação tutor-animal é um bem mútuo!