Professor do Unilavras participou de pesquisa intercontinental sobre espécies invasoras

Uma pesquisa envolvendo mais de 600 pesquisadores apresentou um rico material sobre a presença de espécies invasoras e seu impacto na biodiversidade da região Neotropical – do sul dos Estados Unidos até a América do Sul. O estudo, liderado pela doutora em ecologia, Clarissa Alves da Rosa, mapeou áreas de ocorrência de mamíferos exóticos e invasores na região Neotropical. Entre os pesquisadores está Nelson Curi, professor do curso de Medicina Veterinária do Unilavras.

Segundo ele, o artigo é importante pois reúne dados da década de 1990 até a atualidade. A pesquisa apresenta tabelas e gráficos com informações sobre a ocorrência de espécies exóticas (não-nativas) de mamíferos. Ao todo, o estudo apresentou registros de cerca de 77 espécies exóticas e mais de 70 mil registros. O acervo traz informações adquiridas por meio de capturas, armadilhas fotográficas, anotações e até mesmo amostragens fecais dos animais. Vale ressaltar que todos os animais capturados foram soltos logo após o registro.

Os mamíferos invasores, de acordo com Nelson, são aqueles que não são nativos, ou têm sua distribuição geográfica original fora de determinada região. Assim, estes animais oferecem risco à biodiversidade nativa destes locais. Os dados fornecidos por ele para a pesquisa são de 2004 a 2009. A coleta de informações aconteceu no Parque Nacional da Serra do Cipó e na RPPN de Galheiros, ambos em Minas Gerais.

Os principais mamíferos invasores detectados por Nelson foram gatos e cachorros. Já na pesquisa mencionada, também foi constatada a presença destes animais, além de bovinos e javalis. A espécie com maior número de registros em unidades de conservação é a bovina, seguida pelos javalis e pelos cães domésticos.

A presença de espécies invasoras, como o javali, podem causar diversos tipos de impactos, na maior parte das vezes negativos, como os danos econômicos e ecológicos, em que os animais invadem lavouras, predam, competem por recursos e afugentam as espécies nativas, por exemplo. Além disso, o impacto ambiental é severo, principalmente no caso das espécies onívoras. Elas podem destruir nascentes e riachos e causar danos, também, à saúde do ser humano e de outros animais, transmitindo doenças que não comuns naquela região.

Todas estas informações foram reunidas e transformadas em um datapaper, aceito em julho deste ano na Revista Ecology. O periódico é um dos mais respeitados da área de Ecologia e Conservação do Meio Ambiente e a nova edição deve ser publicada em breve, com o artigo em que Nelson é um dos coautores.

 

Com informações do Portal G1.



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