Qual o tempo ideal para a visita ao dentista?

Visite o seu dentista a cada 6 meses. Essa frase está sempre correta? Em algum momento da nossa vida já ouvimos esta afirmação. Por ser tão repetida, as pessoas passaram a levar o slogan muito a sério. Mas já deixamos aqui uma pergunta: essa frase está correta? Embora pareça uma sentença muito genérica, vários fatores devem ser analisados para determinar o intervalo entre uma consulta e outra com o cirurgião-dentista. Por meio de alguns exemplos vamos explicar melhor.

Vamos começar imaginando os pais de uma criança preocupados com a presença de cárie. O ideal seria que os pais buscassem uma avaliação odontológica antes mesmo do aparecimento dos primeiros dentes de leite. O Unilavras, por meio do estágio em Bebê-Clínica, oferece esse atendimento. Neste estágio, são realizados procedimentos preventivos e instruções sobre a higienização da boca e dos dentes quando eles já nasceram. 

 

 

Quanto mais cedo são iniciados esses procedimentos, menor a chance de ter cárie e menor será a necessidade de tratamento. Mas, uma única visita ao dentista nesta fase não basta. Essas consultas deverão acontecer em intervalos regulares que dependerão de vários fatores: dieta da criança, escovação dos dentes, quantidade e qualidade da saliva, experiência prévia com cárie e outros. Mas, qual o tempo ideal para a visita ao dentista?

 

Quem poderá determinar o melhor intervalo entre uma consulta e outra é o cirurgião-dentista

 

Veja alguns exemplos:

Uma pessoa terminou recentemente um tratamento odontológico e ao fazer um autoexame da boca encontrou uma ferida. Ela deve esperar 6 meses para retornar ao cirurgião-dentista e ter um diagnóstico sobre essa ferida? Claro que não! Essa ferida pode ser uma afta mas também pode ser um câncer. Neste caso, quanto mais rápido for feito o diagnóstico, melhor será!

Outro caso é de um paciente que apresenta sangramento ao escovar os dentes. Após o exame em consultório, o cirurgião-dentista terá condições de fazer um diagnóstico (gengivite ou periodontite) e estabelecer o melhor plano de tratamento para o caso. Nestas situações, tão importante quanto o tratamento, é a realização da manutenção ou terapia periodontal de suporte. Ou seja, é fundamental que o paciente, após o tratamento, retorne ao profissional para novas avaliações do caso. De acordo com um consenso elaborado pela Federação Europeia de Periodontia e publicado em abril de 2020, o intervalo entre essas consultas pode variar de 3 a 12 meses. Normalmente, as primeiras visitas acontecem em um intervalo menor de tempo (três meses) e depois, ao longo dos anos, podem se tornar mais espaçadas (6 ou 12 meses).

Mesmo quem nunca usou um aparelho ortodôntico sabe que após a instalação do aparelho serão necessárias consultas para a manutenção desse tratamento. Nestas consultas, o profissional fará, além do acompanhamento, a troca de dispositivos para que a movimentação dos dentes até a posição desejada aconteça. Normalmente, o intervalo entre uma consulta de manutenção e outra é de um mês.

Alguns tratamentos de canal são realizados para o tratamento de infecções que se encontram na região próxima ao ápice (ponta) das raízes dos dentes. Dessa forma, após o tratamento é necessário que seja feito um acompanhamento com radiografias para verificar se houve a regressão da lesão. O ideal nessa situação é que as radiografias sejam feitas a cada três ou seis meses.

Depois de todos esses exemplos, você pode ter percebido que não existe uma regra ou “receita de bolo” sobre o intervalo entre as consultas ao cirurgião-dentista. Porém, as pesquisas nas várias áreas de odontologia mostram claramente que os pacientes que procuram o dentista regularmente perdem menos dentes e têm uma situação bucal melhor. Mais do que nos apoiar em uma frase, devemos seguir as recomendações do cirurgião-dentista. Especialmente, quanto ao intervalo entre uma consulta e outra.