Professor do Unilavras publica artigo em revista internacional

O professor Geovane Alves, membro do corpo docente do curso de Engenharia Civil do Unilavras, publicou recentemente um artigo na revista “Natural Hazards”, intitulado “Rainfall disasters under the changing climate: a case study for the Rio de Janeiro mountainous region”, que traz contribuições significativas para a compreensão dos impactos das mudanças climáticas na ocorrência de chuvas intensas assim como sua correlação com desastres naturais na região serrana do Rio de Janeiro.

A área de atuação do professor do Unilavras é correlata ao tema do artigo publicado: hidrologia, estudo de chuvas intensas, assim como avaliação do impacto das mudanças climáticas nos padrões de precipitação.

“Não é novidade que as mudanças climáticas agem diretamente nos padrões de precipitação, ou seja, existem influências que alteram tanto a magnitude (total precipitado) quanto a intensidade da chuva (mm/h). Dessa forma, é de extrema importância estudar quais serão esses impactos no contexto de chuvas com baixas durações, com menos de um dia, visto que tais durações são os principais gatilhos para a ocorrência de desastres naturais associados a eventos extremos”, destacou o professor.

Nesse cenário, o estudo buscou, entre os seus objetivos, aplicar um modelo para o cálculo da erosividade diária para a região serrana do estado do Rio de Janeiro, que tem sido uma das mais afetadas por desastres naturais no Brasil. A pesquisa desenvolvida pelo professor do Unilavras, juntamente com o professor/pesquisador Carlos Rogério de Mello da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o pesquisador Li Gui da Universidade de Sichuan (China), demonstrou que toda a região é altamente susceptível à ocorrência de grandes desastres naturais ao longo do século XXI, com maior intensificação no período entre os anos 2040 e 2071.

É importante destacar que, para a região de estudo, grandes partes destes eventos se concentram sobre as áreas urbanas, o que aumenta a preocupação em relação às possíveis consequências, sejam sociais, econômicas, ambientais, ou mesmo em relação ao número de vítimas. Nesse sentido, vale destacar dois grandes desastres que ocorreram sobre essa mesma região na última década: em 2011, quando foram registradas 918 fatalidades; e o mais recente evento que atingiu a cidade de Petrópolis, em fevereiro de 2022, causando a morte de 231 pessoas. Este último acontecimento, em termos meteorológicos, foi extraordinário, frente a uma ocorrência de 252 mm de chuva em apenas três horas.

O professor Geovane Alves enfatiza que os resultados do estudo não implicam necessariamente em uma intensificação inevitável de desastres naturais. “Afinal, desastres têm uma série de variáveis relacionadas a eles. Por exemplo, pode ser que ocorram mais eventos extremos, mas, se houver uma melhora nas políticas públicas, impedindo, por exemplo, que pessoas construam suas casas nas proximidades de rios e encostas, os efeitos desses desastres tendem a diminuir mesmo com a maior incidência de eventos extremos”, destacou o professor do Unilavras.

A pesquisa do docente representa uma contribuição valiosa para a compreensão e gestão dos desafios decorrentes das mudanças climáticas, destacando a necessidade de ações proativas para proteger as comunidades e o meio ambiente diante dessas ameaças crescentes.



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