Congresso debateu racismo, gênero e capacitismo

O curso de Direito do Unilavras trouxe para debate diversas temáticas que, muitas vezes, são pouco abordadas em sala de aula. “Diversidade e Adversidades” foi a proposta do Congresso do curso deste ano. Racismo, capacitismo e questões de gênero foram as temáticas que envolveram os congressistas entre os dias 14 e 16 de setembro no Auditório II.

A forma como nossa sociedade foi concebida, bem como a estrutura de desigualdades contra as pessoas negras foi a proposta da mesa redonda do 1º dia do evento. Marina Cezário dos Santos, Isabela Damasceno e Ricardo Nery foram os convidados escolhidos para falar sobre racismo estrutural com docentes e discentes do curso.

Entre os assuntos da mesa, os palestrantes falaram sobre a implantação da política de cotas nas universidades, que neste ano completa 10 anos. Nesse sentido, os palestrantes também abordaram as diversas problemáticas que a mulher negra enfrenta em seu dia a dia. O antirracismo também foi destaque nas falas. Segundo eles é preciso combater o racismo, e não só ser contra ele.

As falas e comportamentos capacitistas também ganharam espaço no Congresso de Direito. O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou apenas autismo, como muitos conhecem, foi a temática principal da mesa. Dessa forma Jennifer Ederer Picon, Lívia Ribeiro e Alexa Soares Figueiredo Mendes, pedagoga; psicóloga e advogada, respectivamente, abordaram o assunto com leveza. Durante o bate-popo, elas tiraram dúvidas da plateia no segundo dia (15) de palestras.

A conversa girou em torno dos diversos pontos que contribuem para inserção de autistas na sociedade, assim como a dificuldade que as famílias encontram no tratamento. Atualmente o SUS não concede o tratamento integral e os planos de saúde, muitas vezes, dão negativas implausíveis. Em lei, os planos de saúde são obrigados a conceder os procedimentos, seguindo as orientações prescritas pelo médico do paciente.

O último dia do Congresso de Direito foi dedicado às questões de gênero e sexualidade. Léa Silveira trouxe uma revisão literária sobre gênero e sexualidade, a partir da visão de autores que tratam sobre o tema. Já Duda Salabert, mulher trans e ativista dos direitos das pessoas travestis e transexuais, contextualizou as questões relacionadas ao Brasil contemporâneo. Além disso, ela também trouxe um panorama sobre as diversas barreiras que a população LGBTQIA+ ainda sofre por suas escolhas.

O Congresso de Direito do Unilavras se reinventa em sua edição de 2022. Foram debates de grande importância para a sociedade em que vivemos. Desde a composição do micro ao macro detalhe, todas as ações propostas colocaram docentes e discentes em ampla reflexão para que se tornem profissionais mais humanos e garantam uma justiça igualitária para todos os indivíduos.